20 de novembro de 2015

Kakadu Park 2




Acordei pelas oito da manhã encharcado em suor. As temperaturas rondam os 40º durante o dia e, à noite, não baixam dos 35. Fui dar um mergulho à piscina do parque onde fiquei a ler cerca de uma hora e voltei para desmontar a tenda e seguir viagem.
Antes de partir perguntei, com o mapa da região na mão, qual o melhor sítio para ir ficar nesse dia. Indicaram-me um parque de campismo perto de uma lagoa. Teria de percorrer cerca de 150 Km por estrada alcatroada e mais 10 Km de uma estrada de terra que disseram estar em mau estado. Não haveria lojas ou restaurantes nas redondezas de maneira que teria que me abastecer numa vila cem quilómetros antes. Comprei três bananas, uma cenoura, uma caixa de tomates miniatura, dois yogurtes e mais uma garrafa de água.
Durante as quase duas centenas de quilómetros não passaram por mim mais de três ou quatro carros mas, no alcatrão, passei por três cangurus atropelados, um deles a ser devorado por umas dez aves de rapina.
Chegado ao parque, no fim da estrada de terra, só estava um jipe da equipa de manutenção, que estavam de partida. Deixei a moto e fui por um caminho através da floresta, a ladear o rio, até às quedas de água, num trajeto de cerca de meia hora, a parte final já entre pedras e rochas. Vários sinais a avisar o perigo de crocodilos mas que diziam ser raro aparecerem por ali.
No fim lá estava a fantástica lagoa com uma queda de água ao fundo. Estavam perto de 40º e não resisti dar um mergulho, mesmo se com medo de um encontro menos agradável.
De regresso ao parque de estacionamento chegaram dois rapazes num jipe que vinham também ali ficar mas, como ainda eram quatro e meia e vi que havia outro parque mais à frente decidi arrancar. O parque seguinte também estava deserto e preferi percorrer mais 50 Km e ir ficar a um com um bar de apoio e uma pequena loja. Aí até consegui uma ligação à internet. Pelas oito da noite, enquanto estava ao computador no bar, a mulher do dono, com um canguru bébé ao colo, veio perguntar-me se não queria um prato de bolonhesa que estavam a acabar de cozinhar. Aceitei. Perguntei de onde tinha vindo o canguru e contou-me que tinha sido encontrado no mato por uns aborígenes, provavelmente órfão.
Passei mais uma noite na sauna que se torna a tenda nesta altura do ano.

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